sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Juventude mineira longe da cultura e da Internet

Pesquisa mostra que maioria dos jovens mineiros não lê livros, não pratica esportes e não vai ao cinema.  E 55,5% declararam que não se interessam nem pela Internet

Jornal Estado de Minas, Sexta-feira, 29 de outubro de 2010,  por Luciane Evans

Em plena era da informação globalizada e do mundo digital, inédita Pesquisa por Amostra de Domicílios (PAD-MG) da Fundação João Pinheiro escancara uma realidade cruel para as novas gerações mineiras. Dos 3,6 milhões de jovens do estado, entre 14 e 24 anos, 63% declararam não ler livros, 52,7% não praticam esportes, 70% não vão ao cinema e 60,9% não frequentam shoppings. O mais assustador é que a tão popularizada internet está ausente da vida de mais da metade desse público, 55,5%.

Se a cultura e o lazer estão fora do cotidiano dessa parcela da população, a educação vai pelo mesmo caminho. De acordo com o estudo, o analfabetismo atinge 9,2% dos moradores do estado, ou seja, um contingente de 1,478 milhão de pessoas. Na saúde, as mulheres estão adoecendo mais do que os homens. Num universo de 5 milhões de mineiros portadores de doenças crônicas, aquelas que exigem acompanhamento constante atingem 31,8% da população feminina e 22,3% dos homens.

Se houvesse uma aposta para saber onde vivem esses jovens que não abrem livros, não praticam esportes ou que não frequentam shoppings, muitos diriam que eles estão nas áreas rurais, bem longe dos grandes centros ou em condições de extrema pobreza. Mas a PAD visitou 17 mil domicílios, sendo apenas 16,7% deles na zona rural do estado. Os irmãos Elton Júnior Pereira Alves, de 23, e Cristiano, de 21, comprovam os dados. Moradores da Região da Pampulha, em Belo Horizonte, os dois não leem – nunca ouviram falar em Machado de Assis e muito menos em Carlos Drummond de Andrade.

Cristiano nem sequer conhece uma sala de cinema. Já Elton conta, entusiasmado, que este ano foi pela primeira vez assistir a um filme. “O único livro que li ultimamente foi para tirar carteira de moto, era sobre legislação”, confessa o mais velho. Apesar de verem os amigos ligados nas rede sociais, como Orkut e Facebook, eles não acham graça nessa “tal navegação virtual”. “Computador é um negócio que queima os neurônios”, diz Elton. Ele conta que até tentou aprender a mexer na máquina, mas, definitivamente, não gosta dela. Cristiano é mais radical, nunca nem quis chegar perto.

Mas o que faz a juventude de hoje? Segundo a pesquisa, as práticas mais comuns para os jovens são as visitas a amigos e passeios ao ar livre. As cerimônias religiosas também entram no ranking. No entanto, a paixão dos irmãos Elton e Cristiano é pescar na Lagoa da Pampulha. Além disso, confessam que o “barato mesmo” é ver televisão. Eles não fogem à regra. De acordo com a pesquisa, 80% dos jovens mineiros ainda são, como seus pais, viciados em TV. Lazer, somente quando os dois não estão no trabalho. São funcionários da Copasa e contam que largaram a escola na 8ª série. Elton diz que os colégios são bons para quem quer aprender e tem interesse. “Tive que parar com os estudos. A responsabilidade bateu na minha porta cedo, tive filhos e comecei a trabalhar”, lembra Cristiano, que reflete outra realidade da juventude.

Segundo a amostra, entre aqueles de 14 e 17 anos que, em 2009, eram 1,3 milhão, 40% disseram ter abandonado a sala de aula por não gostar ou não querer. Em segundo lugar, aparecem aqueles que precisam trabalhar ou ajudar os pais: 20%. “Mas vale registrar que 27,9% dos jovens acham que a escola não ajuda a resolver problemas do cotidiano”, diz o texto da pesquisa.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Brasil deve terminar 2010 com 31,4 milhões de conexões de banda larga

G1/Teleco, com informações do Valor Online, 26/10/2010

Banda larga móvel tem crescimento 5 vezes maior que a fixa, diz consultoria. Em 2014, consultoria prevê 45 milhões de celulares conectados à rede.

O Brasil deve encerrar o ano com 18 milhões de acessos à internet por meio de redes de telefonia móvel e 13,4 milhões de acessos em conexões fixas (a cabo e via redes ADSL). No total, são 31,4 milhões de pontos de acesso.

A projeção, divulgada hoje no Balanço Huawei de Banda Larga Móvel, pode representar um crescimento cinco vezes maior dos acessos móveis em relação à banda larga fixa, aponta a consultoria Teleco, responsável pelo estudo.

Até 2014, a consultoria estima que o número de conexões móveis mais do que triplique somando 60 milhões, sendo 45 milhões por meio de celulares e smartphones. Já o avanço da banda larga fixa será mais brando, com expectativa de atingir 15 milhões de conexões em quatro anos.

A presença de celulares conectados a redes de terceira geração (3G) na base de celulares deve atingir 9% este ano chegando a 23,5% em 2014, na média mundial.

De acordo com o levantamento, em junho a banda larga móvel já estava disponível para 65,2% da população em 13,3% dos municípios brasileiros, superando o compromisso estabelecido para 2012, destaca a Teleco.

Ref:  g1.globo.com/tecnologia/noticia





Brasileiro paga uma das tarifas de eletricidade mais caras do mundo

Valor é mais alto que no Canadá, Estados Unidos, Noruega, França e México, e deve aumentar ainda mais neste ano
RIO - Em meio a uma sucessão de apagões, o brasileiro paga uma das tarifas de energia mais caras do mundo. Segundo levantamento da consultoria Advisia, por encomenda da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), as tarifas no País só perdem para as cobradas na Alemanha, numa comparação com 7 países industrializados.
O levantamento aponta que a tarifa paga pelo consumidor brasileiro - seja residencial ou industrial - é mais alta do que as do Canadá, Estados Unidos, Noruega, França e México. O estudo usa dados de 2007, por causa da defasagem nos sistemas internacionais de consulta, como a Agência Internacional de Energia (AIE). Mas, segundo especialistas, a relação não mudou substancialmente.
Na época, a tarifa residencial média no Brasil era de US$ 184 por megawatt-hora (MWh) e a industrial, de US$ 138 por MWh. O valor mais baixo para residências era encontrado na Noruega, de US$ 48 por MWh. No segmento industrial, o Canadá tinha a melhor tarifa: US$ 68 por MWh. Na Alemanha, que tinha as maiores tarifas, os consumidores residenciais pagavam US$ 212 por MWh e os industriais, US$ 84 por Mwh.
"Deveria haver alguma relação entre custo de energia e qualidade, até porque boa parte da tarifa brasileira é referente a encargos, incluindo o sistema de transmissão, que está falhando", comenta o presidente da Abrace, Ricardo Lima. Ele cita ainda os Encargos sobre Serviços do Sistema, outra taxa paga para manter a confiabilidade no fornecimento. Ao todo, os encargos e impostos representaram metade do custo da energia comprada pelas indústrias brasileiras em 2007.
A área energética do governo cita justamente a carga tributária como fator preponderante no alto preço da eletricidade, pois o custo da produção de energia está entre os mais baixos do mundo.
A sucessão de falhas, seja em linhas de transmissão ou redes de distribuição, indica que a relação entre custo e qualidade, indicada por Lima, está desproporcional. Levantamento publicado pelo no fim de 2009 indica que o número de interrupções no fornecimento em 2008 foi o pior desde 2001.
Os dados de 2009 ainda não foram fechados, mas especialistas avaliam que os últimos meses foram muito ruins. Esta semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou uma multa de R$ 9,5 milhões à distribuidora Light por interrupções no fornecimento nos meses de novembro e dezembro. Recentemente o governo de São Paulo voltou a cobrar explicações da Eletropaulo pelo mesmo motivo.
Ex-presidente da distribuidora paulista, o hoje consultor Eduardo Bernini destaca o avanço nos últimos anos, mas concorda que o verão mostrou que há grande fragilidade na rede de distribuição de energia nas principais cidades. Ele ressalta, porém, que a qualidade no fornecimento também implica tarifas mais altas.
O levantamento da Advisia indica ainda que, entre os países pesquisados, o Brasil teve o maior aumento de tarifas industriais no período, de 21,6% ao ano, ante 12,7% no México e 1,2% na Alemanha.
A expectativa do mercado é que de os preços voltem a ser pressionados este ano, já que as chuvas nos reservatórios das hidrelétricas estão abaixo da média histórica, o que aponta para a necessidade de uso de térmicas.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o volume de água armazenável nos reservatórios das Regiões Sudeste e Centro-Oeste está em 63% da média histórica de fevereiro. "Está chovendo muito, mas no lugar errado", aponta o professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ.
O preço do mercado atacadista para a próxima semana, divulgado sexta-feira, atingiu R$ 34 por MWh, após quase seis meses mantendo o valor mínimo, em torno dos R$ 12. "As condições dos reservatórios tendem a se deteriorar, com reflexo sobre os preços", diz Castro.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

MODELO TUCANO DE FAZER POLÍTICA EM MINAS GERAIS: ASSASSINATO DE REPUTAÇÃO

Voltaire Jr.

Passo relevante para compreender o que se passou em Minas Gerais, nas eleições para governo de estado em 2010 seria debruçar sobre a natureza do macartismo. Trata-se de um clima de guerra, onde se tolera tudo em nome da vitória do "Aécismo" sobre o inimigo: PMDB/PT.

É o cenário ideal para criar blindagens, porque permite jogar tudo no mesmo balaio, atacar indiscriminadamente pessoas como se fossem inimigas, defender interesses obscuros, tudo em nome da guerra santa.

Era o que faltava para a direção da campanha do PSDB no estado em parceria com a revista IstoÉ (paulista) e setores da imprensa para romper com um dos pontos centrais da auto-regulação no jornalismo: os critérios éticos jornalísticos para a publicação de matérias, o filtro técnico. É esse filtro que impede manipulações da opinião pública de forma perversa usando a "distorção da verdade".

No macartismo, pode-se atropelar qualquer lógica em nome da guerra contra o "inimigo". Sem filtros técnicos, o jornalismo pode ser manipulado e esconder-se atrás de supostas posturas ideológicas para praticar toda sorte de lobby.  A busca de benefícios é claro neste caso, onde uma revista busca salvação em tempos do maior dos inimigos: a Internet.

Durante algum tempo, meios de comunicação conhecidos se revestiram desse poder absoluto, abusando da truculência, pois: "o fim justifica os meios".  Criou um clima de noite de São Bartolomeu, em que tudo foi permitido, de ataques a políticos, empresários, artistas e jornalistas, até uma campanha inusitada contra intelectuais e pessoas honradas por pura ganância.

À medida que a queda de padrão destes meios de comunicação começavam a despertar críticas, os articuladores aplicavam táticas de intimidação em cima das vítimas e dos jornalistas opositores. O recado estava implícito: nós temos um canhão e muitos soldados na linha de frente; não se metam com a gente.

Mas, ainda assim, mesmo que o nosso olhar seja apenas numa ótica jornalística as matérias sem pé e sem cabeça, com objetivo específico de destruir a imagem e a honra dos "alvos", não explicavam o que estava ocorrendo de fato.

Em meio a tiroteios de denúncias contra Lula, Dilma, assesssores, "aloprados", "aborto", "Telebrás", "Correios", olhares mais atentos percebiam características novas: gerar um clima de "repúdio", "intolerância", um verdadeiro levante "nazi-fascista" de extrema direita.

Só para lembrar, os nazi-fascistas tinham como objetivo maior deter a subversão social representada pelos comunistas,
devido a frustração e humilhação sofrida anteriormente por guerras perdidas e que ainda não tinham sido esquecidas (comentário: qualquer semelhança é mera coincidência).

Pois bem, nunca se viu tanto "rico" desafiando partidários da classe "trabalhadora" como se viu nesta campanha em Minas Gerais.  É a volta da tirania dos tempos da colonia.   Assim como também nunca se viu tanta "traição", mas pago regiamente a peso de ouro, tanto da esquerda como do centro-esqueda (entenda-se PMDB), como nunca se viu no interior das Minas Gerais.  Realmente os "Mineiros" se desvalorizaram, e muito, com esta insanidade.   A confusão foi tanta que tinha eleitor, no dia da eleição, ainda confuso sobre qual era o partido de seu candidato e como votar nele.  Isto se comprovou, visívelmente, na quantidade absurda de votos "nulos+brancos" para o governo: 1.829.037 quase 15,5% dos votos válidos.  Como agravante tinhamos ainda a "complexidade" da pauta eleitoral.


Na estratégia traçada pelo PSDB mineiro, a única forma de neutralizar os votos de Minas Gerais, na corrida presidencial, seria destruindo as peças determinantes do tabuleiro: Pimentel e Hélio Costa.  A destruição de Pimentel começou já nas eleições de 2008 para a prefeitura de Belo Horizonte, onde o PT, do Pimentel, caiu direitinho na armadilha  tucana entregando o cargo para o escolhido do Aécio.

O modelo de assassinato de reputações, como arma de disputas políticas, alcançou seu auge na recente guerra contra Hélio Costa, com tática refinada e trabalho bem mais cuidadoso, pois, este sim, representava uma ameaça de fato para os futuros planos de Aécio, e/ou de sua irmã.  Iniciaram a destruição ganhado sua confiança e criando um "pacto", uma trégua branca e cordial.  Mas, pouco a pouco,  perceberiamos que isto era apenas mais um engodo para liquidar a "fatura" no momento certo, facilitado e em proveito da ética incorrompível do "alvo", que estava cego pela vaidade, diante dos falsos chamegos recebidos do palácio da liberdade.

O processo de destruição da imagem de Costa foi como uma doença terminal: constante e progressivo.  Criou-se inicialmente uma imagem de político errante e trapalhão, espelhando-se na imagem que a imprensa tucana havia criado, ao longo dos anos, para o seu padrinho de coligação: Presidente Lula. Depois a superioridade financeira da campanha tucana iria "garantir" a virada final.


O fantoche escolhido para suceder Aécio, não poderia ameaçá-lo no futuro, seria portanto apenas um detalhe útil no processo.  A estratégia seria semelhante ao adotado para eleição do prefeito de Belo Horizonte, ou seja, um nome relativamente sem passado político, geralmente desconhecido das massas e sem liderança no interior, e que facilmente irá se apagar no momento certo.  Esta foi a estratégia copiada e repetida sucessivamente deste a eleição do Azeredo, Alckmin e Kassab.   Com isto, os obstáculos aos planos Aécistas a Presidente estavam selados, custasse o que custou, e que por sinal, dizem, custou muito, muito mesmo, extra-oficialmente: o equivalente a outro "centro administrativo".   Realmente, o único detalhe que saiu do controle dos tucanos sórdidos foi o custo, como sempre (lembra do orçamento inicial do centro administrativo?).


Que Deus nos ajude e olhe pelo nosso povo!

SOBRE VERDADES E MENTIRAS

Diorge Konrad


Aquele que diz uma mentira não sabe a tarefa que assumiu, porque está obrigado a inventar vinte vezes mais para sustentar a certeza da primeira (Alexander Pope)

Muitas pessoas pensam que quem diz a verdade só precisa de coragem. Esquecem a segunda dificuldade, a que consiste em descobri-la. Não se pode dizer que seja fácil encontrar a verdade. Quando o escritor e dramaturgo alemão Bertolt Brecht escreveu isso, em “As cinco dificuldades para escrever a verdade”, sabia da luta de classes, conhecia a manipulação da informação no capitalismo, tinha sido escolado na sua Alemanha.

Após a eleição de Hitler e a ascensão do nazismo, em 1933, Brecht foi para um longo exílio. Nesse período viu o Incêndio do Reichstag, mentira do Nacional-Socialismo que deu plenos poderes ao terror de Estado. Em 27 de Fevereiro, um comando nazista ateou fogo no parlamento alemão e Hitler colocou a responsabilidade nos comunistas.  A maioria dos alemães acreditou e apoiou a Lei da Autoridade, início do massacre ao Partido Comunista, aos judeus e democratas radicais.

De lá para cá se repete a frase do seu Ministro da Propaganda, Joseph Goebbels: “De tanto se repetir uma mentira, ela acaba se transformando em verdade”. Há dúvida histórica sobre esta frase ser de Goebbels. No processo histórico, nenhum governo se mantém muito tempo apenas com propaganda ideológica, mentira ou repressão, é preciso muito mais. Sabem disso a Luftansa, a Bayer, a Krupp, a Wolkswagem e até a norte-americana IBM  que sustentaram o Reich que queria ter mil anos.

Sabe-se que ódio nazista instrumentalizava a imprensa, o rádio e o cinema para a orquestração da mentira. Mas a estratégia era mais inteligente. A diretriz goebbeliana era trabalhar a meia verdade – a verossimilhança - e direcioná-la aos interesses do poder. Em seu decálogo havia outros princípios: 1) de simplificação - individualizar o adversário em um único inimigo; 2) da transposição - atribuir ao adversário os próprios erros ou defeitos: “Se não podes negar as más notícias, inventa outras que as distraiam”; 3) do exagero e desfiguração - converter qualquer anedota em ameaça grave; 4) da vulgarização: “Toda propaganda deve ser popular, adotando seu nível ao menos inteligente dos indivíduos, aos que se dirige”; 5) de orquestração - “A propaganda deve limitar-se a um número pequeno de ideias e repeti-las incansavelmente”; 6) de renovação - emitir constantemente informações e argumentos novos a um ritmo tal que, quando o adversário responda, o público está já interessado em outra coisa. As respostas do adversário nunca devem poder contrariar o nível crescente de acusações; 7) da verossimilhança - construir argumentos através dos chamados balões de ensaios ou de informações fragmentadas; 8) do silêncio - calar sobre as questões das quais não se tem argumentos e encobrir as noticias que favorecem o adversário; 9) da transfusão - a propaganda opera sempre a partir de uma mitologia nacional ou um complexo de ódios e prejuízos tradicionais; 10) Principio da unanimidade - convencer muitos, criando impressão de unanimidade.

O Brasil tem exemplos. O Plano Cohen, criação de integralistas brasileiros e do governo de Getúlio Vargas foi a farsa que ganhou as capas diárias de O Globo, entre outros, justificando o Golpe de Estado de 10 de novembrro de 1937 e nove anos de intensa repressão. Contra o próprio Vargas, entre 1951 e 1954, a UDN e Carlos Lacerda levaram ao suicídio de Vargas, um “cala boca!” à direita e seus aliados imperialistas.

Depois do liberalismo conservador de Jânio Quadros, a Campanha da Legalidade de 1961 garantiu Jango na Presidência, mas os escolados golpistas não desistiram. Na conjuntura das Reformas de Base, a burguesia multinacional e associada, a CIA e o Pentágono, como mostrou René Dreifuss, em 1964: a conquista do Estado, criaram um Estado-Maior Golpista. Da Legalidade até o Golpe Civil-Militar de 1964, a direita brasileira mentiu, desinformou, conquistou a pequena burguesia moralista com o discurso da corrupção e ameaça comunista. Com apoio de O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e O Globo, impediu o avanço da democracia e de mudanças estruturais: reformas agrária, urbana, universitária, administrativa e tributária.

Em 1989 dois projetos foram para o segundo turno. Mas as mentiras da “Renovação Nacional” do PRN derrotaram Lula e o neoliberalismo alçou vôo, um projeto nefasto que teve seu auge com o PSDB e o PFL, hoje DEM. Suas marcas foram e são tão profundas que oito anos de Governo Lula não rompem o processo: a macro-política econômica dos tempos de FHC e a lógica privada e rentista ainda são hegemônicas. Mesmo assim, o liberalismo conservador e seu partido maior, a mídia golpista, não se contentam.

José Serra-Índio da Costa REPRODUZEM E SÃO A TÁTICA DA DIREITA BRASILEIRA. Manifestos que insinuam a ameaça à democracia e à liberdade de imprensa, idênticos ao do pré-1964, e a manipulação da mídia têm sido o mote de sua campanha eleitoral.

A História não pode esperar para dar a resposta tardia. Perdemos em 1937, em 1964, em 1989. Urge desmontar a farsa da mídia que está ao lado de José Serra, o ator-vítima que encena a vergonhosa ópera-bufa baseada na manjada trama engenhosa e ridícula de nossas classes dominantes, as quais jogam com o medo para impedir qualquer mudança no País.

A tentativa de colocar quebra de sigilo fiscal no colo do Governo Lula e da candidatura de Dilma, no lugar da disputa interna entre José Serra e Aécio Neves como pré-candidatos do PSDB à presidência, foi a tecla batida insistentemente no primeiro turno. O episódio de Campo Grande é a marca do segundo turno, se algo novo não aparecer até o último dia do mês. É vergonhosa e ridícula a manipulação de imagens e informações.

A bolinha de papel, a meia-verdade, transformou-se na mentira do rolo de fita adesiva no lugar de parte da cabeça de um tolo apoiador de Serra. Era o que faltava para o retorno da tática nazi-fascista ensinada por Goebbels e repetida à exaustão ao longo dos anos. Não foi diferente em 1989 com a compra de Miriam Cordeiro e a montagem do Jornal Nacional, após o último debate do segundo turno entre Lula e Collor, em 14 de dezembro.

A resposta é a derrota desta “onda reacionária”, em 31 de outubro de 2010. As eleições presidenciais centram a luta de classes e exigem o povo na rua: antes para a vitória eleitoral; depois para base da futura governabilidade, única voz que as classes dominantes temem e que colocam do lado popular a vacilante classe média e os fisiológicos governistas.

O nazismo se foi? Pelo que se vê na campanha eleitoral brasileira há uma rediviva permanência dessa diretriz em filhotes de Goebbels nas redações de alguns jornais, emissora de televisão e sítios de internet, além do uso do telefone para mentir e intimidar. Ah, mas eles dirão que não sabem de nada! Resta a nós o conforto das palavras do saudoso Bertolt Brecht:  "Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso".

domingo, 24 de outubro de 2010

Homenagem da Assembléia Legislativa do Estado do Piauí

Hélio Costa - A história deste mineiro que trabalhou no mundo inteiro começa na Zona da Mata, em Minas Gerais.

Hélio Costa nasceu em Barbacena, filho de um taxista e de uma operária, sendo o único dos cinco filhos que chegou à universidade. Desde cedo trabalhou para ajudar a família. Aos 15 anos torna-se locutor de rádio e aos 20 anos muda para Belo Horizonte. Trabalha de dia, estuda à noite, e acaba passando no concorrido concurso para atuar na rádio Voz da América, nos Estados Unidos. Ainda no exterior, administra a quarta maior rede de TV do mundo.

Como repórter conhece 73 países e acompanha de perto as principais transformações do mundo. Vive a experiência única de ver as dificuldades das populações de todos os continentes, muitas delas as mesmas enfrentadas no Brasil.

Depois de uma carreira de sucesso, passa se dedicar à política e aplicar a sua experiência a favor do país. Em 1986 é eleito deputado federal. Apresenta 106 emendas à Constituição Federal, a maioria em defesa dos direitos dos trabalhadores. Das propostas apresentadas, 27 foram aprovadas. Também foi vice-presidente da Comissão da Ordem Social e comandou a votação que aprovou os direitos do trabalhador.

Por isso ganhou nota 10 do DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), o mais importante órgão de avaliação do poder público, em especial do legislativo. O DIAP representa quase mil entidades sindicais dos trabalhadores no Brasil. Desde que retornou ao legislativo, em 1998 como deputado, e 2002 como senador (com três milhões e meio de votos), vem sendo apontado pelo DIAP todos os anos como um dos principais lideranças do Congresso Nacional e um dos parlamentares mais presentes e influentes.

Presidiu na Câmara a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, quando acabou com a autoritária Lei de Segurança Nacional, tão temida durante o período do regime militar. Atuou de forma decisiva para que a Cemig, a Copasa e a hidrelétrica de Furnas continuassem nas mãos dos mineiros. Protestou contra o bloqueio de recursos para Minas. No Senado, presidiu a Comissão de Educação. Todo o seu trabalho como parlamentar está documentado em dois livros com mais de 200 páginas, sempre em defesa do Brasil e, principalmente, de Minas Gerais.

Agora, como Ministro das Comunicações, destaca-se pelo desenvolvimento da indústria, pesquisa tecnológica, da garantia da TV aberta e gratuita, ampliação das rádios comunitárias e defesa do consumidor.

Apoiou a comunidade científica brasileira para desenvolver o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), envolvendo 93 instituições de ensino público e privado, 1.200 profissionais, entre técnicos, cientistas e professores. O SBTVD é um projeto que irá democratizar o acesso da população à internet banda larga e à telefonia, desenvolver a indústria de tecnologia de ponta e a produção cultural brasileira.

Também à frente do ministério, Hélio Costa ampliou o programa de inclusão digital, dando oportunidade a milhões de estudantes carentes e trabalhadores de terem acesso à internet e a programas de educação a distância, de telemedicina, cursos profissionalizantes e treinamento de professores.

O ministério também equipou mil instituições de deficientes visuais, surdos e mudos, com máquinas especiais para se comunicarem. Ainda está conectando todos os municípios do Brasil em internet banda larga, levando as tecnologias mais modernas, baratas ou gratuitas, como o telefonia via internet.

Ainda conseguiu o apoio do governo para o seu projeto do Telefone Social, em tramitação no Congresso Nacional, que e pretende reduzir pela metade a assinatura básica para famílias que ganham até quatro salários-mínimos.

Referência: Homenagem recebida da Assembléia Legislativa do Estado do Piauí
(http://www.alepi.pi.gov.br/hm-heliocosta.asp)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

PF quer saber quem encomendou de jornalista quebra de sigilo

Folha de São Paulo 20/10/2010

LEONARDO SOUZA
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

Depois de identificar como os dados sigilosos dos tucanos foram acessados, a Polícia Federal busca saber agora se alguém ordenou o jornalista Amaury Ribeiro Jr. a encomendar os documentos e quem pagou pelo serviço. Amaury vai ser intimado a prestar novo depoimento.

Investigadores da polícia envolvidos no caso tentam descobrir se a ação do jornalista visava proteger o ex-governador e senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves --que à época disputava internamente no PSDB a candidatura à Presidência.

O jornalista é ligado ao chamado "grupo de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). Ele contou à PF que foram pessoas do PT que roubaram os dados de seu computador pessoal. O laptop, segundo ele, foi violado neste ano num quarto de hotel em Brasília. Amaury, nessa época, já atuava para o "grupo de inteligência". Sua estadia na capital, inclusive, era paga por integrantes do PT.

"Amaury disse que teve ciência que um grupo investigava o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Então foi feita uma investigação para descobrir quem era", disse nesta quarta-feira um dos delegados responsáveis pelo caso, Alessandro Moretti.

De acordo com o relato do jornalista à PF, ele descobriu que o grupo era comandado pelo deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado ao tucano José Serra. Tanto Itagiba quanto Serra negam.
O delegado informou ainda que Amaury "não diz em nenhum momento do depoimento se teve ou não contato com Aécio Neves", nem se encomendou os dados dos tucanos a pedido de outra pessoa. Mas a investigação continua.

Moretti disse ainda que o jornalista afirmou que os gastos para obter os documentos foram custeados pelo jornal "O Estado de Minas". Amaury não falou em valores nem precisou a origem dos recursos. O executor do serviço, o despachante Dirceu Garcia, afirmou que cobrou R$ 12 mil.

Em nota, o jornal afirma que Amaury trabalhou por três anos na empresa. "Nenhuma [reportagem], absolutamente nenhuma, se referiu ao fato agora em questão. O 'Estado de Minas' faz jornalismo", diz a nota, assinada pela direção do diário.

Segundo o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, estão sendo feitas diligências complementares em diferentes partes do país. Corrêa diz que essas diligências não afetam o resultado da investigação que até agora identificou cinco intermediários entre o jornalista que encomendou os dados sigilosos e as servidoras da Receita que coletaram as informações.

Hoje, houve uma tentativa da polícia de descolar a investigação do período eleitoral. "Conotação política e partidária não pauta a investigação da Polícia Federal", disse Corrêa.

Em nota divulgada, a PF informou que os dados violados foram usados "para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política". Disse ainda refutar qualquer tentativa do uso do trabalho policial para fins eleitoreiros.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Agradecimento aos cerca de 3,5 milhões de mineiros que me confiaram seu voto em 3 de outubro de 2010.

Com o resultado das eleições (3 de outubro de 2010) definido, quero me dirigir agora aos eleitores que depositaram sua confiança em mim e no meu companheiro Patrus Ananias.  E também dizer algumas palavras aos valentes apoiadores da coligação ‘Todos Juntos por Minas’, que ousaram lutar pelo projeto de uma Minas mais justa e fraterna.

Em primeiro lugar, meu muito obrigado aos cerca de 3,5 milhões de eleitores que confiaram na proposta de um governo voltado para os mais pobres. São homens e mulheres que, inspirados por nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sonharam com a construção de um novo pacto em nosso Estado, colocando Minas no rumo do Brasil. A eles, dedico os meus esforços.

Aos apoiadores que levaram adiante nossa candidatura, agradeço do fundo do meu coração. E peço que não se dispersem. Que continuem empunhando a bandeira do desenvolvimento com justiça social.

Por fim, presto uma homenagem especial ao meu amigo Patrus Ananias. Foi um privilégio tê-lo lado a lado, mais uma vez. Que sua boa governança e liderança política continuem a nos iluminar.

Como dissemos, Patrus e eu, na Carta ao Povo de Minas, o documento em que firmamos nosso compromisso de um governo verdadeiramente popular para Minas Gerais, “em Minas, liberdade não pode mais ser um simples slogan publicitário. Tem de ser um desafio de construção diária, um norte perpétuo, um compromisso”. Não desistiremos desse ideal.

O momento agora é o de unirmos as forças progressistas de Minas e do país para garantir a vitória de Dilma Rousseff, futura presidenta do Brasil. Convoco todos aqueles que votaram e apoiaram a chapa Hélio+Patrus a, nesse segundo turno da eleição presidencial, cerrar fileiras para eleger Dilma presidente e Michel Temer vice. Estarei com vocês nessa nova luta.

Um abraço a todos os mineiros.

Senador Hélio Costa

Outros links sobre o Hélio Costa

http://www.heliocosta.com

http://www.heliocosta.net.br

http://www.heliocosta.com.br

http://blogdoheliocosta.wordpress.com/

http://twitter.com/heliocosta15

http://sites.google.com/site/heliocosta2010mg

http://heliocostamg.wordpress.com/

http://heliocosta.webstarts.com/ (desativado)

Quem é Hélio Costa ?

Hélio Costa tem suas raízes em Juiz de Fora aonde seus avós, imigrantes italianos, chegaram na virada do século passado e se casaram, antes de se fixarem em Barbacena como modestos agricultores.

Filho de Renata Fiorino da Costa, uma simples trabalhadora de fábrica de tecidos, e José Calixto da Costa, eletricista e motorista de táxi, Hélio Costa nasceu em Barbacena, é o mais novo de quatro irmãos e o único que chegou a Universidade.

É casado com a engenheira Ana Cataria Xavier Costa, com quem tem dois filhos, Daniel e Gabriel , estudantes. De seu primeiro casamento tem quatro filhos: Roberto John, engenheiro e empresário; Hélio José, médico; Marcus Theobaldo, engenheiro; Eugênio Alexandre, advogado e publicitário.

Começou a trabalhar no rádio aos treze anos para ajudar na subsistência da família. Aos dezenove já estava em Belo Horizonte, atuando como noticiarista na Rádio Itatiaia, onde fez sua primeira reportagem internacional: a cobertura da posse do Presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, em janeiro de 1961.

Trabalhou em todos os veículos dos Diários Associados na Capital mineira, como repórter setorista dos jornais Estado de Minas e Diário da Tarde, e redator e apresentador da TV Itacolomi, hoje TV Alterosa/SBT.

Em 1966 passou no concurso da rádio internacional dos Estados Unidos e foi contratado como redator e tradutor da Voz da América em Washington, DC.

Fez o curso de “Arts and Sciences” na Universidade de Maryland, Humanidades na Universidade do Reino Unido, Produção de Televisão e Correspondente Internacional na Catholic University of America, em Washington DC. Foi palestrante convidado do curso de jornalismo da Pace University, em Nova York, sob a direção do professor Jordan Young.

Em 1972 foi contrato pela Rede Globo como repórter internacional e, nos anos seguintes, foi o responsável pela criação e montagem das sucursais de Nova Iorque, Washington, Londres e Paris.

Nas décadas de 70 e 80 foi premiado quatro vezes como o melhor repórter da TV Brasileira e recebeu da Associação Americana de Mulheres Jornalistas e da Associação Mundial de Imprensa o título de Mérito Internacional.

Como correspondente internacional trabalhou em 72 países de quatro continentes, realizando reportagens cientificas e políticas e cobrindo os maiores acontecimentos das décadas de 70 e 80: das eleições presidenciais americanas até a guerra civil em El Salvador.

Em 1986, já totalmente realizado como o jornalista mais bem pago do Brasil, candidatou-se e elegeu-se deputado constituinte. No parlamento, foi eleito vice-presidente da Comissão da Ordem Social da Assembléia Nacional Constituinte.

Apresentou 122 emendas à Constituição de 1986 e teve mais de dez sugestões aproveitadas na redação final do texto constitucional.

O DIAP, Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, o mais importante órgão avaliador do desempenho dos deputados e senadores, concedeu a Hélio Costa nota dez, por sua atuação em defesa dos interesses dos trabalhadores e das minorias durante os debates da Constituinte.

Candidato de oposição a governador de Minas Gerais, apesar de lutar contra as mais reconhecidas lideranças e forças políticas do Estado, em duas oportunidades, ficou apenas a 1% da vitória.

Reeleito Deputado Federal foi presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e vice-lider do PMDB na Câmara dos Deputados.

Em 2002 o povo mineiro elegeu Hélio Costa Senador da República com três milhões e meio de votos. Em seguida, foi eleito, pelos seus pares, presidente da Comissão de Educação e Comunicações do Senado Federal e vice-lider do PMDB e do governo.

Por quatro anos consecutivos foi eleito pelo DIAP um dos “Cabeças do Congresso Nacional” e colocado entre os cem políticos mais influentes do país.

Em 2005 foi convidado pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva a assumir o Ministério das Comunicações.

Adotou, como suas principais metas, a implantação da TV Digital, a criação do sistema de Banda Larga Nacional, o programa Banda Larga nas Escolas Públicas e o Programa Nacional de Telecentros. Diplomaticamente trabalhou, decisivamente, na escolha do padrão da TV Digital, baseado no modelo nipo-brasileiro, em outros paises vizinhos: Argentina, Chile, Peru e Venezuela, transformando o sistema brasileiro de televisão digital no sistema padrão de fato da América do Sul.  Definiu a implantação de telecentros comunitários, com internet banda larga, em 5.465 cidades por todo o Brasil.

Recebeu as mais altas condecorações de Minas Gerais e do país. Entre elas, a Medalha da Inconfidência, do governo de Minas Gerais a Ordem do Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores, a Medalha do Pacificador, do Exército Brasileiro, a Ordem Almirante Tamandaré, da Marinha do Brasil, a Medalha do Mérito Aeronáutico, da Força Aérea Brasileira, a Medalha do Mérito do Judiciário Mineiro e da Associação dos Magistrados. É cidadão honorário de duas dezenas de cidades mineiras.