terça-feira, 26 de outubro de 2010

MODELO TUCANO DE FAZER POLÍTICA EM MINAS GERAIS: ASSASSINATO DE REPUTAÇÃO

Voltaire Jr.

Passo relevante para compreender o que se passou em Minas Gerais, nas eleições para governo de estado em 2010 seria debruçar sobre a natureza do macartismo. Trata-se de um clima de guerra, onde se tolera tudo em nome da vitória do "Aécismo" sobre o inimigo: PMDB/PT.

É o cenário ideal para criar blindagens, porque permite jogar tudo no mesmo balaio, atacar indiscriminadamente pessoas como se fossem inimigas, defender interesses obscuros, tudo em nome da guerra santa.

Era o que faltava para a direção da campanha do PSDB no estado em parceria com a revista IstoÉ (paulista) e setores da imprensa para romper com um dos pontos centrais da auto-regulação no jornalismo: os critérios éticos jornalísticos para a publicação de matérias, o filtro técnico. É esse filtro que impede manipulações da opinião pública de forma perversa usando a "distorção da verdade".

No macartismo, pode-se atropelar qualquer lógica em nome da guerra contra o "inimigo". Sem filtros técnicos, o jornalismo pode ser manipulado e esconder-se atrás de supostas posturas ideológicas para praticar toda sorte de lobby.  A busca de benefícios é claro neste caso, onde uma revista busca salvação em tempos do maior dos inimigos: a Internet.

Durante algum tempo, meios de comunicação conhecidos se revestiram desse poder absoluto, abusando da truculência, pois: "o fim justifica os meios".  Criou um clima de noite de São Bartolomeu, em que tudo foi permitido, de ataques a políticos, empresários, artistas e jornalistas, até uma campanha inusitada contra intelectuais e pessoas honradas por pura ganância.

À medida que a queda de padrão destes meios de comunicação começavam a despertar críticas, os articuladores aplicavam táticas de intimidação em cima das vítimas e dos jornalistas opositores. O recado estava implícito: nós temos um canhão e muitos soldados na linha de frente; não se metam com a gente.

Mas, ainda assim, mesmo que o nosso olhar seja apenas numa ótica jornalística as matérias sem pé e sem cabeça, com objetivo específico de destruir a imagem e a honra dos "alvos", não explicavam o que estava ocorrendo de fato.

Em meio a tiroteios de denúncias contra Lula, Dilma, assesssores, "aloprados", "aborto", "Telebrás", "Correios", olhares mais atentos percebiam características novas: gerar um clima de "repúdio", "intolerância", um verdadeiro levante "nazi-fascista" de extrema direita.

Só para lembrar, os nazi-fascistas tinham como objetivo maior deter a subversão social representada pelos comunistas,
devido a frustração e humilhação sofrida anteriormente por guerras perdidas e que ainda não tinham sido esquecidas (comentário: qualquer semelhança é mera coincidência).

Pois bem, nunca se viu tanto "rico" desafiando partidários da classe "trabalhadora" como se viu nesta campanha em Minas Gerais.  É a volta da tirania dos tempos da colonia.   Assim como também nunca se viu tanta "traição", mas pago regiamente a peso de ouro, tanto da esquerda como do centro-esqueda (entenda-se PMDB), como nunca se viu no interior das Minas Gerais.  Realmente os "Mineiros" se desvalorizaram, e muito, com esta insanidade.   A confusão foi tanta que tinha eleitor, no dia da eleição, ainda confuso sobre qual era o partido de seu candidato e como votar nele.  Isto se comprovou, visívelmente, na quantidade absurda de votos "nulos+brancos" para o governo: 1.829.037 quase 15,5% dos votos válidos.  Como agravante tinhamos ainda a "complexidade" da pauta eleitoral.


Na estratégia traçada pelo PSDB mineiro, a única forma de neutralizar os votos de Minas Gerais, na corrida presidencial, seria destruindo as peças determinantes do tabuleiro: Pimentel e Hélio Costa.  A destruição de Pimentel começou já nas eleições de 2008 para a prefeitura de Belo Horizonte, onde o PT, do Pimentel, caiu direitinho na armadilha  tucana entregando o cargo para o escolhido do Aécio.

O modelo de assassinato de reputações, como arma de disputas políticas, alcançou seu auge na recente guerra contra Hélio Costa, com tática refinada e trabalho bem mais cuidadoso, pois, este sim, representava uma ameaça de fato para os futuros planos de Aécio, e/ou de sua irmã.  Iniciaram a destruição ganhado sua confiança e criando um "pacto", uma trégua branca e cordial.  Mas, pouco a pouco,  perceberiamos que isto era apenas mais um engodo para liquidar a "fatura" no momento certo, facilitado e em proveito da ética incorrompível do "alvo", que estava cego pela vaidade, diante dos falsos chamegos recebidos do palácio da liberdade.

O processo de destruição da imagem de Costa foi como uma doença terminal: constante e progressivo.  Criou-se inicialmente uma imagem de político errante e trapalhão, espelhando-se na imagem que a imprensa tucana havia criado, ao longo dos anos, para o seu padrinho de coligação: Presidente Lula. Depois a superioridade financeira da campanha tucana iria "garantir" a virada final.


O fantoche escolhido para suceder Aécio, não poderia ameaçá-lo no futuro, seria portanto apenas um detalhe útil no processo.  A estratégia seria semelhante ao adotado para eleição do prefeito de Belo Horizonte, ou seja, um nome relativamente sem passado político, geralmente desconhecido das massas e sem liderança no interior, e que facilmente irá se apagar no momento certo.  Esta foi a estratégia copiada e repetida sucessivamente deste a eleição do Azeredo, Alckmin e Kassab.   Com isto, os obstáculos aos planos Aécistas a Presidente estavam selados, custasse o que custou, e que por sinal, dizem, custou muito, muito mesmo, extra-oficialmente: o equivalente a outro "centro administrativo".   Realmente, o único detalhe que saiu do controle dos tucanos sórdidos foi o custo, como sempre (lembra do orçamento inicial do centro administrativo?).


Que Deus nos ajude e olhe pelo nosso povo!

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